Navegar em Hipertexto
A relação entre o texto e seus leitores passou por diversas transformações ao longo da história. A distribuição, organização e estrutura do texto encontradas nos livros em rolo da Antigüidade, nos manuscritos medievais e até mesmo nos impressos modernos e contemporâneos, não são de forma alguma as mesmas que nos apresenta o hipertexto.
Com a introdução tecnológica através dos computadores e da Internet na sociedade e nas escolas o processo de aprendizagem vem se modificando.
Hoje o acesso a leitura e escrita está inserido cada vez mais cedo na vida dos alunos. Através do computador eles vão tendo contado com vários tipos de texto escritos, jogos, fotos, músicas, slides, filmes, vídeos, desenhos, animações e outras ferramentas que dão a eles a possibilidade de multileituras, fazendo com que interajam e conquistem autonomia no seu processo de aprendizagem.
Segundo Negroponte (2000), “num livro impresso, frases, parágrafos, páginas e capítulos sucedem-se numa ordem determinada não somente pelo autor, mas também pela configuração física e seqüencial do próprio livro”. Já atualmente o livro não é mais organizado só dessa forma, mas também é organizado na tela do computador e o texto passa a ser eletrônico. O texto eletrônico é fluido, dinâmico o que facilita o surgimento de outros estilos de escrita e de leitura que exigem utilização de novas formas ou estratégias didáticas para o desenvolvimento do processo de aprendizagem.
O hipertexto é uma poderosa ferramenta de aprendizagem, pois através de seus nós e links os alunos têm acesso a outras janelas, levando-os a informações diversas num espaço de tempo muito menor, possibilitando a construção de seus próprios conceitos. Segundo Jay Bolter (1991): “as partes de um hipertexto podem ser agrupadas e reagrupadas pelo leitor”.
A aprendizagem apoiada por suportes virtuais acaba motivando muito mais os alunos por terem acesso a imagens, sons, textos animados, do que os livros didáticos que são utilizados nas escolas. Mas esse tipo de suporte também apresenta desvantagens, pois a enxurrada de apelos visuais que se recebe pode arrastar os alunos por mares desconhecidos e perigosos.
Portanto é preciso que o professor conheça este oceano em que se navega, direcionando os mares a serem explorados, para que os navegantes não corram o risco de ficar à deriva ou cair em tempestades imprevistas. Mas por outro lado navegar à deriva nos leva a desvendar mares desconhecidos, fazer descobertas, enfrentar tempestades.
Assim o mais importante ao se sentir perdido em um mar desconhecido à deriva é encontrar um motivo para recomeçar, colocando a embarcação de volta ao mares tranqüilos.
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