AUTORIA COLETIVA
A atividade de pesquisa é utilizada pelos educadores a muito tempo como instrumento de avaliação dos alunos através de vários formatos.
As pesquisas eram feitas em livros didáticos, enciclopédias, revista, jornais. O aluno lia e copiava o que era mais importante para a compreensão do conteúdo. Assim cabia ao professor ler e corrigir eventuais erros de concordância, ortográficos e outros.
Hoje diante de recursos mais modernos, onde as informações estão mais próximas e a alcance muito mais rápido do aluno, é comum ouvir professores inconformados com o resultado de pesquisas apresentadas a eles. Onde alunos colam e copiam da internet.
Se compararmos as pesquisas feitas na época das enciclopédias e as pesquisas de hoje, qual será as diferenças? Seria antigamente copiar um conteúdo a lápis e hoje dar um Ctrl+C, Ctrl+V? Ou alguém ainda acredita que o ato mecânico de copiar palavras ou frases agrega valor? Nem o argumento da prática ortográfica caberia aqui, pois esta, definitivamente não é a função da pesquisa.
Acredito que em ambas as realidades o aluno tenha como adquirir ou não conhecimentos. Pois não é o recurso utilizado que vai gerar conhecimentos, pois se o professor simplesmente pede ao aluno uma pesquisa de um tema vago, sem significado, sem maior orientação ou contextualização, estará dando a ele todas as chances para plagiar ou ainda para realizar uma ação mecanizada, que não gera nenhum aprendizado. A pesquisa deve instigar o aluno a querer saber mais, ter vontade de buscar. Ele deve criar, duvidar, questionar, negar, enfim, interagir com qualquer que seja o conteúdo e com o grupo do qual faz parte. Se esta for a forma, o professor não precisará do Google ou do Copyscape para detectar o plágio. O próprio texto denunciará.
O professor pode propor a reflexão levando o conteúdo para questões do cotidiano, da vivência – vivência não se encontra no Google! Se estes momentos forem prazerosos e interessantes, ainda que na primeira vez o aluno tenha apenas copiado a pesquisa, numa segunda oportunidade sentirá vontade de participar, pois não estará mostrando o que aprendeu apenas ao professor, mas a todo o grupo, ao passo que se estiver alheio ao assunto, não conseguirá fazer parte – estar inserido – em tal atividade.
É preciso repensar como propomos os trabalhos e as atividades de pesquisa na escola, para que a cópia e/ou plágio deixem de fazer sentido para os alunos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário